Já estava morto!

Já estava morto, estou te dizendo! Mortinho da Silva. Nem precisava tanto esmero com as pontas, com os metais, com a densidade das coisas, massa e força etc... a arte está na exatidão: nem mais, nem menos.


Entre um suspiro e outro, entre um cair de tarde e outro, entre um amanhecer e outro, me permito viver até nosso próximo encontro. Se voltares, te preparo um café. Se não voltares, jamais saberei. Te esperarei até o último suspiro.

Aprendiz

Ontem:
Dormir um século seria alento
Fiz do sangue meu alimento
Pra o Grande Mito (na faca) desafiar.

Hoje:
Pouco importa o Fera-Anjo
Nao o desafio nem esbanjo
Acendo um cigarro de palha.

Amanha-ontem-hoje:
Precipício. E durante a queda procurar salvação.

Me tira disso aqui


A cachaça vai pra lágrima
Minha vida vivo em vão
Nessa noite não há nada
Só o malcriado coração.

 
Estatelada no caminho
Com tuas pedras, Drummond.
Se são rochas, não adivinho
Agora, que me sei solidão.

Os amigos em 3x4
Distantes duma e outra mão
O amor... velho teatro
Depois, sempre a purgação.

Ah, deus
Eu não pedi pra vir...
Me tiro (a) disso aqui.

Em busca da permanência do brilho do primeiro instante


Estudo a favor da não separação, iniciado com meu amigo Louri.
ELEMENTOS QUE CONTRIBUEM
1- tempo
2- imprevisibilidade/ inconstância
3- assumir e aceitar as fronteiras
4- permeabilidade (atravessa)
5- tensão
ELEMENTOS DE FORÇA CONTRÁRIA
1- overdose
2- ideal
3- intimidade
4- direito de posse
5- revelação
Aceitamos colaborações.

Fulana dos sedentos

Tela de Modigliani


Fulana? Você não soube? Teve um dia que ela largou a casa com tudo lá dentro, ligou para um amigo e disse: “É sua”. Saiu andando no meio da rua, desviando os carros, atrás do táxi. O vento soprou o vestido.



“É sua” – Fulana disse, me abrindo as pernas. Fulana dos sedentos, Fulana dos anônimos, Fulana.



- Um saco de arroz e um cacho de banana nanica. Curto a consciência que me resta, até a última fibra.