Estares

 - com Bertolt Brecht

 - com Albert Einstein

 - Com Alfonsina Storni

 - com Carlos Drummond de Andrade e Camilo Bevilacqua

 - com Charles Chaplin

 - Em um Escher

 - com Freddy Krugger

 - com Manuel Bandeira

 Hans Eisler, Bertolt Brecht e Gil Esper

 - com Harold Pinter

 - com Jean Luc Godard

- com Macedonio Fernandez

 - com Marcel Duchamp

 - com Marcel Duchamp

 - com Nosferatu

 - com Nosferatu

 - em um Lucien Freud

- com Richard Wagner

- com Eugene O' Neill

 - com Jacques Lacan, Jean Paul Sartre, Albert Camus, Michel Leiris, Jean Abier, Cecile Eluard, Pierre Reverdy, Louis Leiris, Pablo Picasso, Fanie de Campan, Valentine, Simone de Beauvoir, Brassai

Só para recomeçar!


São muitas as urgências que o nosso tempo impõe, e a nós que somos o teatro é imperativo arejar o tempo com palavras necessárias, preencher o vazio que está sendo imposto, resistir, mostrar a suficiência de nossas vozes e corpos – atrizes, atores - narradores. Primeiro mostrar quem somos, a viemos, de onde viemos (rapsodos, griots) sem as mistificações que também nos esvaziam. Sermos um pouco - só pra recomeçar! - apenas o que somos: veículos da cultura, contadores de mitos, fábulas, histórias; instauradores de um rito cultural ancestral comum.

Sala para Rapsódias



Rapsódias Belo-Horizontinas de Eid Ribeiro

A coletânea Crônicas de Eid Ribeiro, lançada recentemente pela Editora Javali (2016) são um retrato delicioso de Belo Horizonte, como o caso da baleia estacionada na Praça Sete em época de recessão, que amontoou um monte de gente para comprar aquela carne cinzenta cortada em filete, cenário de obra de arte contemporânea - brinca Eid. E o que sucede é curioso, engraçado, como a estadia do cineasta Luis Buñuel na cidade, e tantos outros acontecimentos que merecem sair das páginas do livro e ter lugar na memória de beagá, através dos ouvintes.


A leitura-performance terá início às 10h de sábado dia 02/09, ao lado da estátua de Henriqueta Lisboa, localizada à Praça da Savassi (R Fernandes Tourinho com R Pernambuco), segue para o banco da Patrícia de Deus – Ideias e Papeis (R Fernandes Tourinho, 145) onde estará acontecendo mais uma edição do Bordando no Banquinho, reunião de bordadeiras que poderão ouvir algumas estórias. O término da leitura está previsto para 15h e é itinerante, sempre no quarteirão das livrarias e cafés da Fernandes Tourinho. Leve seu banquinho, cadeira de praia, biquini, óculos de sol, protetor solar. Será uma manhã e tarde agradáveis de estórias belo-horizontinas do dramaturgo/ator/diretor Eid Ribeiro


O vôo da atriz

Simplesmente Glauce
Porta-voz da poesia e do teatro
Pombo-correio de mestres
Deposita nas mentes
De cada um as sementes
Do amor mais transparente
Que forja com seu talento
A varrer do entendimento
Obscuras conclusões
Que se diluem ante as inflexões
De sua bela performance

Profissão?
Missão?
Prazer?
Desprendimento?
Guerreira?
Simplesmente Glauce
Incrivelmente Glauce.
Não importa se de Minas
Ou se veio da China
Se te ama ou te abomina
Sei que tem asas e voa
Hora pousando em mansão
Ou só parando na esquina
Onde a platéia se aquieta
Para assistir Glauce Guima

Sérgio Ricardo
29 julho 2017

Foto: Cafi

Manifesto por novo teatro - O teatro da Palavra - Pasolini

"O teatro que esperamos, inclusive o mais absolutamente novo, não poderá ser nunca o teatro que esperamos. De fato se esperamos um novo teatro, esperamos necessariamente dentro das idéias que já temos, além disso, aquilo que esperamos, de alguma forma já está aí.

A Quem se Destina

Os destinatários desse novo teatro não serão os burgueses, (que vão ao teatro para divertir-se e que, às vezes, escandalizam-se) e sim, os grupos avançados da burguesia constituídos pelos poucos intelectuais realmente interessados em cultura: progressistas de esquerda, sobreviventes do laicismo liberal e radicais. Esses grupos avançados nem se divertirão e nem se escandalizarão, já que são em tudo semelhantes ao autor. Essa classificação é e pretende ser esquemática e terrorista.

A uma senhora que freqüente os teatros da cidade, se aconselha calorosamente que não assista às representações do novo teatro. Ou, caso se apresente com seu simbólico, patético, casaco de vison se encontrará na entrada um cartaz explicando que as senhoras com casaco de vison deverão pagar um preço trinta vezes maior que o preço normal. Nesse mesmo cartaz, ao contrário, estará escrito que jovens fascistas menores de vinte e cinco anos poderão entrar de graça. Além disso, pediremos também que não aplaudam. Vaias e demais provas de desaprovação serão admitidas.

O Teatro de Palavra

O novo teatro quer definir-se como Teatro de Palavra. Incompatibiliza-se tanto com o teatro tradicional como com todo tipo de contestação ao teatro tradicional. Remete-se explicitamente ao teatro da democracia ateniense, saltando completamente toda a tradição do teatro burguês, e porque não dizer a inteira tradição moderna do teatro renascentista e de Shakespeare. Espera-se do espectador mais o escutar que o ver. As personagens são idéias a serem ouvidas.

Destinatários e Espectadores

Acreditamos que os grupos avançados de cultura já podem constituir-se numericamente em um público, produzindo o seu próprio teatro. Estabelecendo assim, na relação entre autor e espectador, um feito único na história do teatro, pelas seguintes razões:

1- É um teatro possibilitado, solicitado e desfrutado no círculo cultural dos grupos avançados de cultura.

2- Representa o único caminho para o renascimento do teatro num país onde a burguesia é incapaz de produzir um teatro provinciano e acadêmico, e onde a classe operária é absolutamente alheia a esse tipo de problema.

3- É o único que pode chegar, não por determinação ou por retórica, à classe operária. Já que esta se encontra de fato unida por uma relação direta com os intelectuais avançados.

A que se opõe o Teatro de Palavra

O Teatro de Palavra opõe-se ao teatro de falatório (tradicional) e ao teatro do gesto e do grito (não tradicional). Desta dupla oposição nasce uma das principais características do Teatro de Palavra: a ausência quase total de ação cênica, desaparecendo aí quase totalmente portanto, a encenação. Reduzindo todos os seus elementos (luz, cenário, figurino, etc...) ao indispensável. Não deixará de ser entretanto uma forma de rito ( ainda que jamais experimentada ). Seu rito não pode ser definido de outro modo que RITO CULTURAL.

O Ator do Teatro de Palavra

O ator do Teatro de Palavra não terá que sustentar sua habilidade no atrativo pessoal (teatro tradicional), ou em uma espécie de força histérica e messiânica (teatro não tradicional), explorando demagogicamente o desejo de espetáculo do espectador (teatro tradicional), ou enganando o espectador mediante a imposição implícita de fazê-lo participar de um rito sacral (teatro não tradicional). Terá que sustentar sua habilidade em sua capacidade para compreender realmente o texto e ser assim, veículo vivo do próprio texto. Será melhor ator quanto mais o espectador, ao ouvi-lo dizer o texto, compreenda o que o ator compreendeu. O ator do Teatro de Palavra terá que ser simplesmente um homem de cultura.

Epílogo

O Teatro de Palavra é um teatro completamente novo, porque se dirige a um novo tipo de público.

O Teatro de Palavra não tem nenhum interesse espetacular, mundano, etc... Seu único interesse é o cultural, comum ao autor, aos atores e aos espectadores, que portanto, quando de reúnem, cumprem um RITO CULTURAL."

"O Senhor Brecht" na mostra Solo de Quintal em Dourados, MS



Do livro de Gonçalo M. Tavares
Narradora: Glauce Guima
Duração: 60 minutos
Classificação: 14 anos


 





SOLO DE QUINTAL é uma Mostra Nacional de Solos a ser realizada em quintais de residências, na cidade de Dourados, Mato Grosso do Sul.
Fotos: Raíque Moura